As vezes eu acho que possuo um tipo de imã pra loucos, por exemplo, se eu estiver num lugar com mais 500 pessoas e dentre elas estiver um louco, pode ter certeza que ele vem falar comigo, não sei por que, eles me acham e por aqui não fugiu a regra. Toda cidade tem as suas figuras, aqui tem cada tipo e todos já me conhecem, tem um que me chama de Fernanda, sendo que o meu nome é bem diferente. Olha eu novamente falando de Caçador, mas é por que eu adoro essa cidade, 2 ruas centrais, 2 rios, milhares de morros (fortalece as pernas), pessoas que não falam muito contigo mas sabem tudo da tua vida (supinpa), nada de barzinhos, só toca sertanejo ou pagode, coisa boa, o comércio fecha as 18h (depois tu não acha mais nada aberto), desesperador, os homens são feios e não fazem amizades com mulheres (ainda bem, ufa), mas prometo que no próximo "post" não falo de caçador.
Buenas, continuando minha trova, eu vi algumas cenas memoráveis aqui como um senhor idoso urinando, em pleno céu aberto, ao lado de uma parada de ônibus bem no centro da cidade; vi outro senhor idoso com aproximadamente 80 anos, corcunda trabalhando de segurança; já vi dois carros caírem no rio, também, os caras bêbados fazem racha em uma avenida curtíssima beirando o rio (por sinal o nome é Av. Beira Rio, super original), nessa nem o Vin Diesel arriscaria o "corpitcho" dele.
Até agora o mais estupendo foi o que aconteceu com o gurí entregador de panfletos. Um menino querido, deve ter uns 18 anos, vivia na rua até que um senhor ajudou ele, santo homem. Ele mora aqui perto de casa, vivia empurrando uma bicicleta velha (igual o Jaiminho carteiro). O gurí sempre ia na academia onde treino para deixar alguns panfletos, então ele olhava um pouco o pessoal treinar, depois sentava e dormia. Daí o instrutor me disse para tomar cuidado com o menino, pois ele poderia ser tarado. Tarado, imagina, se o gurí vai numa academia cheia de mulheres se exercitando e ele dorme, a criatura pode ser qualquer coisa, menos tarado. Até porque, como já dizia um sábio: "tarado é o cara normal pego em flagrante".
Mas encerrando a prosa, num belo dia alguém avistou a "bike" do gurí dentro do rio, "bah" o povo se desesperou, chamaram os bombeiros, Polícia, IML, começaram a procurar o gurí dos panfletos dentro do rio, procuraram durante horas e nada do gurí, nada do corpo. Nisso, surge um indivíduo e pergunta para um bombeiro o que estava acontecendo. O bombeiro se vira, desolado, para narrar ao cidadão a tragédia que acabará de acontecer e se depara com o próprio: o gurí dos panfletos. Estava vivo, querido, simplesmente se cansou da magrela e jogou no rio, coisa querida, jogou a bicicleta no rio porque não queria mais, estava velha então jogou no rio. É assim a cultura por aqui, esta velho? Estragou? Não quer mais? Joga no rio! Por isso eu preciso logo ir embora daqui, antes que alguém me jogue no rio.